Naqueles dias de inverno, Ana detestava ficar em casa sem
nada para fazer. Sentia falta do bom tempo, de passear na praia, mas sobretudo
de brincar e fazer investigações com o seu grupo de amigos. Era um tempo
monótono e aborrecido. Sempre que olhava pela janela via aquela chuva miudinha
e as árvores a abanar os seus ramos ao sabor das rajadas do vento. “ Será que a
meteorologia não vai ser minha amiga? “, Questionava-se interiormente.
Estava
tão cansada que se sentou no sofá a olhar para o horizonte. Passo a passo, os
olhos foram-se fechando e a Ana adormeceu.
De
repente, estava um calor imenso e Ana acordou, transpirada e com uns gritos no
jardim.
- Ana!
Ana! Anda!
Ana,
atordoada, levantou-se e correu para a varanda. Eram os amigos.
- Então,
não vens?- perguntou o João
- Onde?-
questionou Ana
- Olha,
bateste com a cabeça?! Não te lembras que vamos até á praia celebrar o
aniversário da Joana!- exclamou o João
Ana agarrou no saco da praia e correu
escadas abaixo até chegar junto dos amigos.
Estavam
todos entusiasmados e alegres com aquela ida á praia. Iam festejar o
aniversário da Joana, mas também era uma oportunidade de estarem todos juntos
antes de cada um partir de férias. Será que alguma coisa extraordinária iria
acontecer? Ana esperava que sim e a sua cabecinha não se esquecia deste
pormenor.
Chegaram
à praia e o mar convidava a um belo mergulho. E, assim fizeram: largaram tudo e
correram em direção ao mar. Nadaram e brincaram até se fartar. Então, decidiram
regressar para um bom banho de sol. Logo ao sair da água, Ana estatela-se na
areia e desata a chorar, pois tinha-se magoado no pé. Todos ficaram aflitos e
procuraram a razão daquele choro. Qual não é o seu espanto quando descobrem uma
garrafa meia partida, mas com um bilhete lá dentro. Imediatamente, Ana parou de
chorar e o seu interesse estava naquele bocadinho de papel!
-
Despacha-te, Joana!-exclamou Ana - Vê lá o que está escrito…
- Tens
calma! Já não te dói o pé?
- Isso
agora não interessa nada! Pode ser uma mensagem de alguém em apuros…- respondeu
ela.
Joana,
com muito cuidado, desdobra o papel e lê em voz alta:
-
Socorro! Precisamos de ajuda! Estamos presos na ilha da Maçãs…
- Oh! -
exclamaram os três amigos.
- Alguém
está em apuros e precisa de nós! – dizia a Ana com um sorriso na cara.
- A ilha
vê-se daqui! É tão grande e é fácil de decorar visto que tem uma forma de maçã!
- dizia o João às gargalhadas.
- O meu
pai tem um pequeno barco ali no porto. Podemos ir busca-lo e embarcar na
aventura…- sugeriu a Joana.
- A mim
parece-me uma excelente ideia! – gritou entusiasmada a Ana.
E,
puseram-se a caminho do porto. A cabeça da Ana já magicava o que teriam lá ido
fazer…
E que
emoção!!! Adorava estas situações e já tinha decido que, no futuro, queria ser
detetive. A emoção de descobrir a solução para os casos era o que mais lhe
satisfazia o ego.
Passado
algum tempo chegaram ao porto. A Joana procurou, com um olhar, o pai, mas não o
encontrou.
No entanto, pegaram no barco do pai
da Joana e começaram a aventura. Colocaram o barco no mar e o João pôs-se no
motor a conduzir. De repente, o João olhou para trás para contar uma piada e a
Joana gritou muito assustada:
- João,
cuidados com os rochedos!!!
João
olhou para a frente e reparou que mesmo á sua frente havia numerosos rochedos
cheios de musgo verde e de espuma vinda das ondas do mar. João pensava que ia
morrer, quando Ana salta para o motor, empurra o João e vira a rota.
-
Obrigado Ana! És a nossa salvação!- disse a Joana, toda contente.
- É este
o meu trabalho como detetive – disse a Ana, convincente.
- O
quê?! – disseram a Joana e a João em coro.
- Nada
esqueçam!- exclamou Ana
Passado
alguns minutos chegaram á ilha da Maçãs, atracaram o barco na areia,
dirigiram-se á praia e começaram a procurar pistas.
Ana,
muito desconfiada, começou a olhar fixamente para uma pequena rocha presa na
areia. 2 minutos depois, Ana decide tocar na rocha e aparece por milagre um
papel com o mesmo recado do que o da garrafa.
Ficaram
todos perplexos a olhar para o papel. Até que o João diz:
- Esta
letra não me é estranha!
- A mim
também não é … !!!- disse Joana, desconfiada
- É
minha a letra!!- disse a Ana, de boca aberta.
Agora, o
mistério estava instalado. Como era possível que a Ana tivesse escrito aquele
bilhete? Não fazia sentido nenhum. Nunca estivera ali e, muito menos presa com
alguém!
Seria…
Não, isso não era possível! Um recado do futuro? Não cabia na cabeça de
ninguém!
Ana
olhou para o João e Joana e, ia começar a falar… De repente, Ana abriu os olhos
e estava sentada no sofá da sua sala… A campainha tocou… Era o João e a Joana.
Iam para a praia festejar o aniversário da Joana…
Beatriz Carvalho 6ºC (Concurso "Uma Aventura Literária...2016")
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