terça-feira, 19 de julho de 2016

A Grande Aventura da Pequena Gota de Água


Já era hora do almoço, esperava por este momento há semanas dentro do garrafão.

Eu sou uma micropartícula de água, vivo na gota de água número 36918 com os meus pais, os meus avós e as minhas imensas irmãs. Hoje é a nossa estreia, pois ainda há algumas semanas estávamos nós no rio um pouco incomodados com um casal de micropartículas de poluição que se tinham feito de convidados na nossa gota de água.

Ao termos ido parar à central das águas da Serra da Estrela, realizaram-se duas coisas magníficas, o casal de poluição foi expulso de nossa casa e a certeza de que uma grande aventura estaria para vir.

Então, aqui estou eu, com a minha família, a ser despejada juntamente com eles para o jarrão da Dona Amélia, quase a ir para a mesa.

Quando lá cheguei, reparei logo que já lá estava o pequeno Santiago a fazer as patetices habituais e a sua pequena irmã, Teté, sempre cúmplice dos seus disparates. Já os conhecia há alguns dias, mas via-os apenas quando vagueavam pela cozinha à procura de “alimento para a barriga” como dizia o Santiago.

Quando já toda a gente estava sentada à mesa, Santiago cheio de sede enche logo o copo com água e bebe como um sôfrego. E lá fui a descer pelo esófago até chegar ao estômago.

Passado um bom bocado, todos de mãos dadas para ninguém se perder, descemos até ao intestino delgado, mas apesar do esforço, uma das minhas irmãs, a fresquinha, pois como o nome indica era sempre fresca de temperatura e cabeça, perdeu-se.

Lá continuamos para o intestino grosso onde, de repente fui puxada junto da minha família para um pequeno túnel designado por capilar. Já lá dentro, íamos todos em filinha, pois o túnel era tão pequeno que nem lado a lado dava para andar.

De repente, mudamo-nos para um túnel um pouco maior, uma veia. Comecei a ver uns círculos vermelhos, que me disseram que se chamavam Glóbulos Vermelhos, uns círculos muito mais pequenos e amarelos, as Plaquetas e ainda uns Glóbulos Brancos, que me assustaram, pois pareciam fantasmas.

Decidi então virar, junto de todos os meus novos amigos no cruzamento à direita, para ir ao coração, onde apanhei um bocado de turbulência, pois o coração não parava de bater, depois virei para aorta, uma artéria muito grande, onde íamos todos para o mesmo lado e aos impulsos.

Virei então à esquerda, para a artéria femoral, onde fui dar ao pé direito.

Como o Santiago estava a correr e transpirava muito, fui logo evaporada junto da minha família.

Acabei então dentro da sapatilha do Santiago, com a família toda separada.

Quando o Santiago se descalçou, como as sapatilhas estavam molhadas a mãe dele pô-las a secar na varanda.

Acabei por ser evaporada das sapatilhas e fui parar às nuvens, onde encontramos a nossa irmã e unimos de novo a nossa família.

Estávamos prontos para uma nova aventura.


Mariana Sousa  6ºA (Concurso "Uma Aventura Literária...2016")

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