segunda-feira, 18 de julho de 2016

TIAGO, CARLOTA E JP... UMAS FÉRIAS MUITO MATEMÁTICAS

Finalmente depois de um fim-de-semana de arrumações, os amigos JP, Carlota e Tiago puderam ter uma boa noite de sono. Estavam orgulhosos de estar a sua própria casa de férias no Algarve.
Apesar da vista para o mar e de uma segunda-feira com sol, Tiago continuava agarrado ao seu precioso livro de Matemática.
-Anda lá Tiago! Quero ir para a praia!-disse João Pedro.
-Só mais esta equação!-respondeu-lhe.
-Ok, mas despacha-te-disse frustrado JP.
 -Hmm, se ainda me faltam 5 equações e eu demoro em média 1 min. e meio a resolver cada, quanto tempo vou demorar?-pensou em voz alta Tiago.
Embora só tivesse saído do quarto há alguns segundos, Carlota já estava a criticar:
-A tua cabeça deve estar com ferrugem, obviamente vais demorar 7 min. e meio!
-Ora, aqui está a Carlota motivadora como sempre!-gracejou Tiago.
Depois das equações resolvidas, chegaram rapidamente à praia e deparam-se com uma situação:
-Fogo, não acredito que me esqueci do nosso guarda-sol! Nem trouxe o protetor solar!-lamentou-se JP.
-Fogo, não acredito que me esqueci do livro de matemática-choramingou Tiago.
- Fogo, não acredito que são tão esquecidos-disse Carlota zangada.
-Tenho uma ideia! Que tal fazermos um jogo matemático?-sugeriu Tiago.
- NÃO!-gritaram em coro Carlota e JP.
-Vão ver que vão gostar-ripostou Tiago.
-Que seja-disse JP triste.
Os  três pousaram na areia o que levavam consigo e sentaram-se.
-Olhem à vossa volta. Podem ver há pessoas na praia com guarda-sol e sem guarda-sol, certo?
-E graças ao JP somos das pessoas sem guarda-sol-disse Carlota
-Vamos contar os que têm guarda-sol e os que não têm e depois fazemos uma percentagem!-explicou Tiago.
- Ou seja…?-perguntou JP, que não era grande aluno a matemática.
Voltou a explicar Tiago:
-A Carlota vê quantas pessoas com guarda-sol estão na praia e o JP vê quantas pessoas é que não têm.
Passado algum tempo o JP e a Carlota voltaram com os resultados:
-Encontrei 39 pessoas com guarda-sol-disse Carlota.
-E eu encontrei 10 ou 11 pessoas, não sei bem…-disse JP.
-O quê, como 10 ou 11? Tens que dizer um número ao certo!-gritou Tiago.
-Hmm… espera, lembrei-me são 11-respondeu JP.
-Ok, então 11­­­­­­­­­­­­­+39=50, por isso como 50 é metade de 100 temos de fazer 11 e 39 vezes 2-calculou Tiago.
-Portanto, 39x2=78 isso quer dizer que 78% das pessoas da praia têm guarda-sol-disse rapida Carlota.
-Então 11x2=27…-respondeu hesitante JP.
-Não JP, então se 11x2=22 isso quer dizer que 22% das pessoas da praia não trouxeram guarda-sol-disse confiante Tiago.
Depois desta divertida “aventura” matemática os três amigos ainda tentaram desfrutar da praia um pouco mais, mas começou a esfriar e a chover.
-Não se preocupem, daqui a pouco para a chuva-disse Tiago.
Mas não parou. A chuva continuou pela tarde de segunda-feira, pelos dia de terça, quarta e de quinta.
E, na manhã de sexta…
-Estava a ver que a chuva não parava e, ainda acho que a culpa foi toda do Tiago-disse, de mau humor a Carlota.
-Eu?! Porquê eu?!-disse Tiago inocente.
-Lembras-te quando disseste que a chuva ia parar depressa?-acusou Carlota-Ela não parou muito depressa!
-Dizes isso como se fosse culpa minha!-defendeu-se Tiago.
-Só dás azar…-desabafou Carlota.
Depois de algum confronto, JP conseguiu pôr água na fervura:
-Acalmem-se, não podemos desperdiçar um dia como este com discussões da treta-ordenou JP.
Apesar de tudo, lá acabaram por conseguir ir à praia. Quando lá chegaram, o JP disse:
-Não gostei do pequeno-almoço, vamos comer algo mais tradicional.
-O que tens em mente?-perguntou Carlota.
-BOLAS DE BERLIM! OLHA AS BOLINHAS! AINDA ESTÃO FRESQUINHAS!-gritava com força o vendedor.
-Aí tens a tua resposta-troçou JP.
JP e Carlota correm em direção ao vendedor, com os pedidos em mente.
-Bom dia, quanto custam as bolas de berlim?
-Uma bola de berlim 1€, meia 0.50€-disse o vendedor.
-Então, queremos 2 bolas de berlim e uma meia bola, por favor-disse o JP.
-Ficam 3€ meninos-respondeu o vendedor.
-Obrigado!-agradeceu JP.
-Ei, espere aí!-gritou Carlota.
-Sim?-perguntou o vendedor surpreendido.
-Você deve-nos 0,50€ de troco, 1+1+0,50=2,50€ e não os 3€ que pediu – acusou furiosa Carlota.
-Hmm…-resmungou o vendedor enquanto lhe dava 0,50€ de troco.
-Obrigado-agradeceu JP enquanto estendia a mão a Carlota.
-De nada-disse esta devolvendo o dinheiro a JP.
-Só estão aqui 0,20€?-perguntou ele.
-Sim, é a minha recompensa por te ter salvado do vendedor manhoso-gracejou Carlota.
Entretanto, depois deste incidente com o vendedor de bolas de berlim, JP e Carlota aproximaram-se de Tiago, para procurar umas espreguiçadeiras.
-Olha ali estão três espreguiçadeiras livres!-gritou o Tiago.
Aproximaram-se e começaram a arranjar as espreguiçadeiras, JP e a Carlota deitaram-se quase no imediato, mas o Tiago não, estava com algumas dificuldades, entre elas a sua pouca força física.
O Tiago entrou numa luta mano-a-mano com a espreguiçadeira, que por pouca sorte era a mais velha, decidido a ver quem levava a melhor.
-Não preciso de ser o melhor a matemática para perceber que tens poucas probabilidades de vencer-disse JP.
E a verdade é que desta vez o JP acertou as contas, o Tiago ficou entalado na espreguiçadeira e a Carlota teve de ir dar-lhe uma mãozinha.
Depois de tanto alarido e do confronto do Tiago com a velha espreguiçadeira, todos puderam relaxar o resto do dia.
No dia seguinte, enquanto passeavam pela praia e conversavam...
-Tiago, nunca hei de perceber porque é que estás sempre a fazer contas e mais contas-exclamou JP.
-Eu gosto de matemática porque exercita o meu cérebro e agiliza os meus reflexos mentais…
-O quê?-perguntou JP, confuso.
-Se me mandarem recitar a tabuada dos 9, quão mais vezes a treinar, melhor a fixo e a percebo…
-Isso é estranho!
-Olha, quando fazes ginástica vais exercitando o corpo, quando eu faço as minhas contas e raciocínios matemáticos, exercito a minha mente.
- Ok, se tu o dizes…
E lá foram os três para a praia fora…
-Como aquilo das bolas de berlim não correu bem, vamos tentar algo diferente-lembrou JP.
-O que tens em mente?
Começou a ouvir-se um som de música animada. Os três olharam para a direita e viram uma barraquinha de cores garridas.
-Aí tens a tua resposta-troçou o JP.
Então o JP, Carlota e Tiago aproximaram-se da barraquinha colorida e perguntaram:
-Olá, o que se vende?
-Meus queridos, eu tenho gelados e gomas-respondeu uma velhinha adorável.
-Quanto custam as gomas?-perguntou Carlota com entusiasmo apontando para as que queria.
-As de morango são 5 cêntimos, as de cola são 10 cêntimos e as de mentol são 15-respondeu a senhora.
-Eu quero duas de morango e uma de mentol-disse o Tiago.
-Eu quero duas de cola e uma de mentol-disse a Carlota.
-Eu quero duas de morango, uma de mentol e duas de cola e espero que 1€ chegue, não temos mais dinheiro-murmurou JP.
-Hmm, as gomas custam 1€, meus meninos-disse a velha senhora.
-Espera aí, Tiago empresta-me o caderno-pediu Carlota.
Então temos a seguinte expressão numérica,
(5+5+15)+(10+10+15)+(5+5+15+10+10)=25+35+45=105
-Ou seja, estamos a pagar menos?-perguntou JP.
-Exatamente-disse Carlota com orgulho.
-Neste momento nós estávamos prestes a pagar menos e tu vens dizer para pagarmos mais?- irrita-se JP.
-Sim, talvez… Mas…-tentou justificar Carlota.
-Meus meninos, eu estava só a ser simpática porque vocês só tinham 1€ e não queria que ficassem sem as gomas por causa de uns míseros 5 cêntimos-explicou a senhora.
-Obrigado-disseram os amigos em uníssono.
Depois de saborearem as gomas e apreciarem o dia, os três voltaram para casa, para tranquilamente aproveitarem a sua última noite de sono no Algarve.
No dia seguinte, Tiago acordou e começou a gritar com os amigos para se despacharem e fazerem rapidamente as malas. Se não fosse assim então não teria tempo de fazer a última equação algarvia.
Arrumações feitas, o silêncio fazia perceber que faltava coragem a todos para saírem daquele sítio maravilhoso...
Animado, o Tiago disse:
-Temos que concordar amigos, estas férias foram fantásticas, mas foram também muito matemáticas! Vamos repetir?
Todos concordaram em uníssono de forma ensurdecedora:

-Siiiiim!


Bernardo Pinho e Maria Inês Lourenço  6ºA 
(Concurso "Um Conto que Contas" - Sociedade Portuguesa de Matemática)

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