terça-feira, 17 de março de 2015

Os amuletos especiais


Era uma vez um inventor extraterrestre que se chamava Ululils . Ele vivia no planeta Coisite, o segundo planeta mais pequeno da galáxia. Ululis adorava inventar, principalmente quando se tratava de algo inovador, algo que nunca ninguém tinha visto, algo inacreditável.

Ululis trabalhou na sua última invenção durante três anos. Era o ser humano, mas Ululis gostava de lhe chamar “O racional”, porque ele sempre imaginara que esta invenção poderia, falar, cantar, sorrir, pensar, amar, etc… E a sua função era dar vida a um novo mundo.

Mas quando ele encaixou a ultima peça, “O racional” não se mexia, nem falava, nem cantava, nem amava, nem sorria e também não pensava. Estava só ali, quieto, mudo e talvez até cego das coisas incríveis que o rodeavam. Então verificou melhor se estava tudo a funcionar dentro da invenção e verificou que ele não tinha amuletos! Os amuletos eram o principal núcleo para que “O racional” pudesse amar, pensar, cantar, sorrir e falar.

Muito apressado como era, fez se à estrada e foi até à loja das invenções, onde havia sempre amuletos para comprar. Mas, quando este chegou lá, o dono da loja disse-lhe que tinham acabado de esgotar todos os amuletos que lá havia, e só daqui a cinco anos é que teriam novos.

Ululis ficou muito desanimado, tinha trabalhado arduamente durante três anos e agora tinha de esperar mais cinco anos?! Não, ele iria ter aquilo que queria. Então perguntou ao dono da loja onde arranjavam os amuletos e este respondeu:

- Terás de viajar para uma galáxia diferente da nossa, onde existem apenas oito planetas, onde grita a escuridão e o medo e a tua única fonte de luz será uma enorme bola de fogo, denominado Sol. De seguida terás de aterrar no terceiro planeta a contar do Sol, eu e alguns damos-lhe o nome de Terra. Quando finalmente vires solo, procura uma floresta onde canta a alegria e onde o amor coça o nariz de duas em duas horas. Depois dirige-te para uma caverna escura que se ilumina se chorares por algo que  que amas, e que tenhas medo de perder. E finalmente no fundo dessa caverna encontrarás os amuletos.

Ululis Ramalho estava um pouco assustado e preocupado com o que lhe poderia acontecer, mas pela sua invenção fazia tudo. E partiu para a aventura.

Depois de atravessar mais de cinquenta anos-luz de espaço, chegou ao vórtice que o puxaria para outra galáxia, para o desconhecido. E assim foi, entrou no vórtice, e apesar da turbulência extrema e das voltas e reviravoltas que deu, ele estava inteiro. Mal viu o Sol ficou emocionado e reparou que um dos planetas se destacava pela sua beleza e contando partir do Sol viu que, era a Terra. Ligou os jatos e disparou-se para a Terra. Teve uma aterragem chocante, mas rapidamente de recompôs.

Tudo era diferente naquele lugar, o ar, a vegetação e o céu não era estrelado, era azul-bebé com pedaços de algodão branco e fofo que flutuava nele. Era tudo muito belo e diferente ali. Mas rapidamente se lembrou da sua missão: terminar a sua invenção.

Como tinha aterrado numa praia estava perto de uma floresta tropical, que de facto o fazia sorrir de um modo indescritível e o fazia sentir amado e acarinhado por causa da beleza daquele lugar. Entrou no meio da floresta e encontrou um ser que parecia ferido. Então Ululis correu em seu auxílio. Felizmente trazia um kit de primeiros socorros, para o caso de problemas, e curou o pequeno ser. E este, para lhe agradecer a ajuda levou-o à caverna que o Ululis tanto queria.

Quando o Ululis entrou na caverna, ela estava escura e lembrou-se que só se iluminava se ele chorasse por algo que amasse e que tivesse medo de perder. Ululis não tinha amado ninguém, mas uma coisa era certa, ele estava a amar aquele lugar tanto, tanto que se ele desaparecesse, Ululis nunca mais o poderia visitar, nem poderia mais olhar para aquela beleza de lugar.

Então desatou a chorar, e rapidamente a caverna se iluminou, e no fundo dela estavam os tais amuletos muito procurados. Pegou neles com o maior cuidado e partiu de novo para o seu planeta, Coisite.

Quando chegou, pegou na sua invenção e colocou os amuletos, e esta despertou como se estive estado num sono profundo. Olhou em volta, fascinada com tudo aquilo e quando finalmente começou a falar, agradeceu a Ululis por a ter inventado e abraçou-o. Ululis mandou-o então para o planeta Terra e assim deu início à humanidade nesse planeta. Nem sabem as aventuras que dai surgiram!!!!
 
Margarida Ferreirinha  6ºA (Concurso "Uma Aventura Literária 2015" da Ed. Caminho)

 

Sem comentários:

Enviar um comentário