Depois do almoço a Glória correu para o
quarto, foi buscar uma mochila e enfiou nela a sua pedra e água. Saiu de casa e
foi ter a casa do Marcelo, um dos seus companheiros, para lhe mostrar a pedra.
Bateu à porta, e a mãe do Marcelo veio abrir. Entrou na sala de estar e já lá
estavam todos, o Zé, a Alexandra, a Helena e o Marcelo.
De imediato a Glória abriu a mochila e retirou
com cuidado a pedra marciana. Pousou-a na mesa e todos ficaram a olhar
embasbacados para a pedra. Era tão linda!
A Alexandra estava tão admirada com aquela
beleza que pediu à Glória para tirar uma foto com a pedra. A Glória aceitou e
pegou no telemóvel da amiga para tirar a fotografia. Mas a Alexandra era tão
desastrada que tropeçou em si mesma e deixou cair a pedra no chão que
imediatamente se partiu.
A Glória ficou ali parada a olhar para a pedra
destruída em bocadinhos e depois lançou um olhar severo na direcção da
Alexandra:
-Que desastrada
Alexandra! Nunca mais te empresto as minhas coisas!
-Mas porque estás tão
chateada, é só uma pedra Glória!
-Não é só uma pedra, o
meu pai trouxe-ma de Marte!
-Então podemos ir a
Marte buscar outra. - sugeriu a Helena – O Zé tem um teletransportador que
podemos utilizar em caso de emergência.
A Glória ainda com os olhos vermelhos de
choro, concordou e foram até à garagem do Zé e destaparam o teletransportador.
Vestiram fatos de astronautas e puseram os
capacetes. O Marcelo que estava nervoso perguntou ao Zé:
-Isso funciona mesmo?
-Claro que funciona,
meu! – afirmou tranquilamente o Zé.
O Zé ligou o teletransportador, e de repente
ouviu-se um barulho muito estranho que os assustou. O Zé foi o primeiro a
atravessar o teletransportador e para fazer com que os amigos entrassem gritou
“ Estou bem”.
Quando todos passaram pelo teletransportador,
ficaram os cinco de boca aberta a olhar para o que lhes rodeava. Eram só
crateras e um solo vermelho como a lava.
A Glória pegou numa picareta que trouxe na
mochila e começou a bater no solo com muita força. Retirou uma pedra igualzinha
do solo e deu sinal para se retirarem, mas os amigos também queriam uma pedra
igual e pegaram nas picaretas e começaram todos a bater no solo.
Passados alguns minutos já todos tinham uma
pedra e repararam que a abertura do teletransportador que tinha acesso a casa
do Zé tinha desaparecido! Então os cinco amigos entraram em pânico pois não
sabiam o que fazer.
A Glória avistou ao longe um robô que por
acaso era um dos robôs que o pai tinha enviado para Marte para investigar o
planeta. Então ela chamou à atenção dos seus amigos para não fazerem qualquer
barulho ou movimento pois a Glória não queria que o pai a visse ali naquele
planeta.
A Alexandra que ainda estava um pouco
desorientada encontrou uma cratera funda onde se podiam esconder em quanto o
robô não desaparecesse.
Quando, finalmente, o robô desapareceu de
vista o Zé ouviu uns sons fora do vulgar vindos do fundo
da cratera e decidiu ir espreitar. Mas quando chegou ao local ficou tão
espantado que os olhos quase lhe saiam da cabeça, e é claro que os amigos o
seguiram e também ficaram espantadíssimos! A Glória estava tão espantada que
começou a gritar e os marcianos avistaram-na logo.
Felizmente os marcianos foram simpáticos,
porque viram que a Glória trazia uma pedra do planeta deles o que significava
para eles paz, simpatia, amizade… Os marcianos perceberam que eles estavam
perdidos e a Helena explicou-lhes o motivo por estarem ali, o acidente, enfim
explicou a viagem deles tintim por tintim.
Os marcianos entenderam tudo e felizmente
falavam a nossa língua, por isso disseram que havia outro teletransportador a
alguns quilómetros dali:
- Mas para chegarem lá
– interrompeu o marciano mais sábio de todos- terão de passar por uma ponte de
lava, um rio de monstropianos e por fim um labirinto onde se esconde o
teletrasnportador.
Os cinco amigos despediram-se dos marcianos e
marcharam pelo horizonte. Mais tarde todos eles cruzam-se com a tal ponte de
lava e a Glória exclamou:
- Como vamos passar a
ponte se está demasiado quente!
De imediato a Alexandra viu que todos se
recusavam a passar, por isso tirou da mochila dela a sua garrafa de água e
deitou-a para a ponte para que pudessem passar. Ficaram todos contentes com a
atitude da Alexandra que passaram a ponte sem hesitar. Depois foram dar ao rio
dos monstropianos e como não sabiam o que eram descobriram da pior maneira: são
monstros que fazem sons melodiosos tão suaves que quem os ouvir adormece! O
Marcelo caiu logo no solo adormecido, seguiram-se a Glória e o Zé, só restando
a Helena e a Alexandra, por isso a Alexandra pegou em cotonetes que tinha no
bolso e enfiou nos ouvidos da Helena e nos dela. De seguida a Alexandra pegou
nos sapatos do Zé que estavam suados e cheiravam a queijo podre, atirou- os ao
monstro e ele desmaiou com o cheiro.
Quando as “belas adormecidas” acordaram
seguiram caminho até chegarem ao labirinto.
Chegaram ao destino, ficaram todos espantados
pois ouviram uma voz a dizer:
-Este é o labirinto do
terror, é aqui que muita gente desaparece. Vós tendes que encontrar o
teletransportador para voltarem a casa. Simplesmente o primeiro a encontrar o
caminho e a tocar no teletransportador ativa-o e faz com que vos leve para
casa! Boa sorte!
Os cinco amigos separaram-se e correram para
dentro do labirinto.
Passadas três horas, quando já quase não havia
oxigénio o Marcelo ficou num beco sem saída, a Glória também estava em
sarilhos, o Zé igualmente e a Helena nem se fala. A única pessoa sem um beco
sem saída era a Alexandra e por isso empenhou-se porque sabia que os seus
amigos já quase não tinham oxigénio. Então correu o mais rápido que podia
quando avistou uma luz intensa, aproximou-se mais dela e finalmente chegou ao
teletransportador! Tocou nele rapidamente e foi nesse momento que um tornado
vindo do teletransportador os sugou aos cinco. De repente todos eles abriram os
olhos e viram que estavam em casa do Zé! Conseguiram voltar a tempo! E a Glória
recuperou a sua pedra! E no fim de tudo a Alexandra foi a heroína do dia!
Afinal não era assim tão desastrada! Foi o melhor dia da vida deles!
Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”
(Ed. Caminho)
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