quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Uma viagem a Marte

  Num dia calmo de inverno a Glória estava a observar a sua pedra marciana, que o seu pai lhe dera no Natal. A pedra tinha uma cor tão avermelhada que parecia que lava lhe tinha caído em cima e também tinha um cheiro muito especial. Era a melhor prenda que ela recebeu porque podia lembrar-se do pai, que trabalhava na NASA e estava sempre ocupado a procurar em Marte vestígios de vida e por isso não podia ver a família.

 Depois do almoço a Glória correu para o quarto, foi buscar uma mochila e enfiou nela a sua pedra e água. Saiu de casa e foi ter a casa do Marcelo, um dos seus companheiros, para lhe mostrar a pedra. Bateu à porta, e a mãe do Marcelo veio abrir. Entrou na sala de estar e já lá estavam todos, o Zé, a Alexandra, a Helena e o Marcelo.

 De imediato a Glória abriu a mochila e retirou com cuidado a pedra marciana. Pousou-a na mesa e todos ficaram a olhar embasbacados para a pedra. Era tão linda!

 A Alexandra estava tão admirada com aquela beleza que pediu à Glória para tirar uma foto com a pedra. A Glória aceitou e pegou no telemóvel da amiga para tirar a fotografia. Mas a Alexandra era tão desastrada que tropeçou em si mesma e deixou cair a pedra no chão que imediatamente se partiu.

 A Glória ficou ali parada a olhar para a pedra destruída em bocadinhos e depois lançou um olhar severo na direcção da Alexandra:

-Que desastrada Alexandra! Nunca mais te empresto as minhas coisas!

-Mas porque estás tão chateada, é só uma pedra Glória!

-Não é só uma pedra, o meu pai trouxe-ma de Marte!

-Então podemos ir a Marte buscar outra. - sugeriu a Helena – O Zé tem um teletransportador que podemos utilizar em caso de emergência.

 A Glória ainda com os olhos vermelhos de choro, concordou e foram até à garagem do Zé e destaparam o teletransportador.

 Vestiram fatos de astronautas e puseram os capacetes. O Marcelo que estava nervoso perguntou ao Zé:

-Isso funciona mesmo?

-Claro que funciona, meu! – afirmou tranquilamente o Zé.

 O Zé ligou o teletransportador, e de repente ouviu-se um barulho muito estranho que os assustou. O Zé foi o primeiro a atravessar o teletransportador e para fazer com que os amigos entrassem gritou “ Estou bem”.

  Quando todos passaram pelo teletransportador, ficaram os cinco de boca aberta a olhar para o que lhes rodeava. Eram só crateras e um solo vermelho como a lava.

 A Glória pegou numa picareta que trouxe na mochila e começou a bater no solo com muita força. Retirou uma pedra igualzinha do solo e deu sinal para se retirarem, mas os amigos também queriam uma pedra igual e pegaram nas picaretas e começaram todos a bater no solo.

 Passados alguns minutos já todos tinham uma pedra e repararam que a abertura do teletransportador que tinha acesso a casa do Zé tinha desaparecido! Então os cinco amigos entraram em pânico pois não sabiam o que fazer.

 A Glória avistou ao longe um robô que por acaso era um dos robôs que o pai tinha enviado para Marte para investigar o planeta. Então ela chamou à atenção dos seus amigos para não fazerem qualquer barulho ou movimento pois a Glória não queria que o pai a visse ali naquele planeta.

 A Alexandra que ainda estava um pouco desorientada encontrou uma cratera funda onde se podiam esconder em quanto o robô não desaparecesse.

 Quando, finalmente, o robô desapareceu de vista o Zé ouviu uns sons fora do vulgar vindos do fundo da cratera e decidiu ir espreitar. Mas quando chegou ao local ficou tão espantado que os olhos quase lhe saiam da cabeça, e é claro que os amigos o seguiram e também ficaram espantadíssimos! A Glória estava tão espantada que começou a gritar e os marcianos avistaram-na logo.

 Felizmente os marcianos foram simpáticos, porque viram que a Glória trazia uma pedra do planeta deles o que significava para eles paz, simpatia, amizade… Os marcianos perceberam que eles estavam perdidos e a Helena explicou-lhes o motivo por estarem ali, o acidente, enfim explicou a viagem deles tintim por tintim.

 Os marcianos entenderam tudo e felizmente falavam a nossa língua, por isso disseram que havia outro teletransportador a alguns quilómetros dali:

- Mas para chegarem lá – interrompeu o marciano mais sábio de todos- terão de passar por uma ponte de lava, um rio de monstropianos e por fim um labirinto onde se esconde o teletrasnportador.

 Os cinco amigos despediram-se dos marcianos e marcharam pelo horizonte. Mais tarde todos eles cruzam-se com a tal ponte de lava e a Glória exclamou:

- Como vamos passar a ponte se está demasiado quente!

 De imediato a Alexandra viu que todos se recusavam a passar, por isso tirou da mochila dela a sua garrafa de água e deitou-a para a ponte para que pudessem passar. Ficaram todos contentes com a atitude da Alexandra que passaram a ponte sem hesitar. Depois foram dar ao rio dos monstropianos e como não sabiam o que eram descobriram da pior maneira: são monstros que fazem sons melodiosos tão suaves que quem os ouvir adormece! O Marcelo caiu logo no solo adormecido, seguiram-se a Glória e o Zé, só restando a Helena e a Alexandra, por isso a Alexandra pegou em cotonetes que tinha no bolso e enfiou nos ouvidos da Helena e nos dela. De seguida a Alexandra pegou nos sapatos do Zé que estavam suados e cheiravam a queijo podre, atirou- os ao monstro e ele desmaiou com o cheiro.

 Quando as “belas adormecidas” acordaram seguiram caminho até chegarem ao labirinto.

 Chegaram ao destino, ficaram todos espantados pois ouviram uma voz a dizer:

-Este é o labirinto do terror, é aqui que muita gente desaparece. Vós tendes que encontrar o teletransportador para voltarem a casa. Simplesmente o primeiro a encontrar o caminho e a tocar no teletransportador ativa-o e faz com que vos leve para casa! Boa sorte!

 Os cinco amigos separaram-se e correram para dentro do labirinto.

 Passadas três horas, quando já quase não havia oxigénio o Marcelo ficou num beco sem saída, a Glória também estava em sarilhos, o Zé igualmente e a Helena nem se fala. A única pessoa sem um beco sem saída era a Alexandra e por isso empenhou-se porque sabia que os seus amigos já quase não tinham oxigénio. Então correu o mais rápido que podia quando avistou uma luz intensa, aproximou-se mais dela e finalmente chegou ao teletransportador! Tocou nele rapidamente e foi nesse momento que um tornado vindo do teletransportador os sugou aos cinco. De repente todos eles abriram os olhos e viram que estavam em casa do Zé! Conseguiram voltar a tempo! E a Glória recuperou a sua pedra! E no fim de tudo a Alexandra foi a heroína do dia! Afinal não era assim tão desastrada! Foi o melhor dia da vida deles!


 
Margarida Ferreirinha   5º A


Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014” (Ed. Caminho)

 

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