sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma aventura em Sintra

No dia 21 de dezembro a Margarida, a Paula e o David foram ver um monumento a Sintra – o Palácio da Pena. O David estava muito chateado porque não gostava de visitar monumentos. Além disso, tinha que ir de carro até lá, e isso demorava, pelo menos, uma hora e trinta minutos!

Contrariamente ao que era de esperar, à medida que a visita ao Palácio se foi fazendo, o David foi ficando cada vez mais fascinado com aquele local e a sua história. A certa altura disse à Margarida e à Paula que gostaria de voltar atrás para rever e admirar um dos espaços que tinham acabado de conhecer e pediu que fossem avançando e que mais tarde iria ter com elas.

Sucede que o tempo foi passando e o David nunca mais apareceu. Com o aproximar da hora da partida, a Margarida e a Paula começaram a ficar preocupadas com o David e foram procurar por ele.

- David, David! Onde é que estás, David?

Depois de muito procurarem acabaram por encontrar um buraco aberto e suspeitaram que ele ali tivesse caído. Decidiram, então, telefonar ao Tiago para ver se ele podia ir ter com elas àquele local e levar o Gorby para os ajudar a encontrar o David com o seu faro bem apurado.

- Tiago, estás aí?

- Sim. O que é que se passa?

- Suspeitamos que o David tenha caído num buraco, aqui no Palácio da Pena e queríamos pedir- te ajuda. Traz o Gorby, pois, assim ele pode ajudar-nos a encontrá-lo com o seu faro.

- Ok, daqui a 10 minutos estou aí. Até já!

Felizmente, o Tiago vivia em Sintra, por isso, não demoraria muito tempo a chegar até lá.

Passados 10 minutos, o Tiago chegou ao sítio combinado e foi ter com a Margarida e a Paula. Amarrou o cão a uma corda e pô-lo a descer pelo buraco, até chegar ao fundo.

Depois soltou o Gorby para que este fosse à procura do David.

De início o Gorby ficou sem saber por onde ir, porque havia três corredores e em cada um conseguia detetar o cheiro do David. Tentou por todos os corredores mas não conseguiu passar porque todos eles tinham um grande muro com muitas pinturas rupestres. Mas, mesmo assim, lá conseguiu atravessar um desses corredores porque, sem querer, carregou num botão e o muro que tinha à sua frente abriu-se. Foi assim que conseguiu ver o David deitado sobre monte enorme de moedas, diamantes, ouro, prata, antiguidades! Ele tinha encontrado um tesouro gigantesco e muito valioso que tinha sido armazenado, ao longo dos tempos, pelos primeiros donos do palácio, porventura, D. Fernando II, o rei consorte de Portugal (casado com D. Maria II, rainha de Portugal de 1834-1853) que em 1838 adquiriu o Convento que ali existia em ruínas e ordenou a construção daquele belíssimo Palácio no mesmo local.

Com a preciosa ajuda do Gorby, o David conseguiu regressar para junto dos seus amigos e disse a todos para que descessem com ele e vissem as coisas maravilhosas e preciosas que tinha encontrado. Um pouco assustados e receosos, mas muito curiosos lá foram de encontro ao grande achado do David.

- Meu Deus, David! Que maravilha! Isto é magnífico! - exclamou a Paula.

- Bem, com toda esta riqueza é óbvio que ficaríamos ricos! - disse o  Tiago.

Assim que disseram estas palavras, tudo ao seu redor começou a desmoronar-se. E foi tudo tão rápido que quase não tiveram tempo de escapar. Correram todos sem saberem bem para onde, mas conseguiram fugir e ficar todos em segurança.

Quando estavam a ir em direção à saída notaram que estavam presos, pois havia grandes pedras gigantes a taparem-na.

Os quatro amigos, vendo-se sem saída, voltaram para trás. Percorridos uns 20 metros, encontraram o seu amigo Miguel que também estava preso, atrás de umas pedras enormes!

- Miguel, o que é que andas aqui a fazer?- interrogou Margarida.

- Eu estou aqui…A…Hum….

- O que é que andas aqui a fazer?

- Bem…Eu estava a espiar-vos. Mas podem tirar-me daqui, por favor? Se me tirarem, prometo que vos digo a razão de eu estar a espiar-vos.

Os seus amigos, apesar de estarem aborrecidos com ele por ele andar a espiá-los, não podiam deixar de o socorrer naquele momento e, por isso, foram ajudá-lo!

- Obrigado. Pronto! Foi assim! Eu estava a sair de minha casa para ir dar um passeio. Como vivo perto do Tiago, vi o Tiago a sair de casa e reparei que ele estava muito aflito. Decidi, então, ir atrás dele. Cheguei aqui ao monumento e vi-vos às duas. Escondi-me atrás de uma palmeira perto de vós. Quando o Gorby encontrou o David e ele vos disse para irem ver o tesouro, eu fui atrás de vós.

Quando tudo começou a cair, eu comecei a fugir até que, aquelas pedras enormes caíram perto de mim e eu fiquei preso. E foi só isso. Eu juro que foi só mesmo por causa disso.

Os quatro acreditaram nele e continuaram a caminhada, para ver se conseguiam encontrar uma saída.

Após darem centenas de passos, já não conseguiam caminhar mais!

- Estou a morrer de sede! - dizia o Tiago - As minhas pernas já não conseguem aguentar mais! Que dores!

Mas o Miguel insistiu:

- Vamos lá! Nós conseguimos! É só mais um bocadinho.

Mas não lhe adiantava nada porque eles já não conseguiam caminhar mais, até que, de repente, e sem saberem como, encontraram um senhor muito velho.

- Senhor, senhor! Pode ajudar-nos a encontrar uma saída?

- Claro que sim, meu caro jovem.

- O senhor tem um pouco de água?- perguntou o Tiago - É que estou com muita sede!

- Só tenho este bocadinho, mas toma. Pareces estar mesmo com muita sede!

- Obrigado. Agora já me sinto melhor.

E lá foram eles, novamente, fazendo nova caminhada.

No fim estavam muito estafados, mas o importante era que tinham conseguido sair daquele lugar cheio de mistérios e de muitas histórias por contar.

Despediram-se do senhor misterioso que, surgido do nada, acabou por salvá-los, agradecendo-lhe tudo o que tinha feito por eles e foram todos para as suas casas, descansar e pensar na aventura que tinham acabado de viver naquela visita ao maravilhoso Palácio da Pena!


João Pedro Santos    5ºA


Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”(Ed. Caminho)

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