sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma aventura no campo

Teresinha era uma menina que vivia no campo com os seus avós.

 Todos os dias bem cedinho, fizesse chuva ou sol, saía com o seu rebanho de ovelhas em direção aos campos de erva verdinha.

Numa tarde de muito calor Teresinha encostou- se à maior árvore que existia no campo enquanto as suas ovelhas pastavam.

De repente e sem contar Teresinha adormeceu e entrou num sono profundo.

E a aventura da Teresinha começa aqui:

Estava uma tarde de imenso calor. Encostada à árvore começo a ouvir alguém a chamar por mim.

Olhei para um lado e para o outro mas não vejo ninguém.

 Nem queria acreditar quando, de repente os meus olhos vêem um animal; era um ser pequenino parecido com um esquilo, mas diferente. Este animal tinha óculos, um casaco e estava sempre a olhar para mim e para um mapa que trazia.

Repetia vezes sem fim:

-Teresinha despacha-te, acorda pois todos os esquilos do campo precisam da tua ajuda.

Mas uma vez fiquei espantada. Ele fala!

-Mas afinal quem és tu? Como sabes o meu nome?

-Deixa-te de perguntas, mais logo perceberás. Anda daí!

Levantei-me assustada, mas ao mesmo tempo curiosa por saber o que mais iria acontecer e para onde me queria levar.

Corremos pelo campo fora até que paramos junto a uma parede mágica, que se pode atravessar e que serve de porta de entrada para uma pequena cidade onde viviam esquilos.

Mas o mais estranho foi ver como se comportavam; usavam roupas, calçado e até viviam e comiam em casas como se fossem humanos!

Depois de ver tudo isto fiquei mais intrigada.

            - Mas afinal o que é que eu faço aqui? O que querem de mim e em que vos posso ajudar?

Estava em tal estado que o pequenito esquilo resolveu parar por um momento e passou a explicar porque razão me foi chamar.

            - Todos os esquilos foram vítimas de um poderoso feitiço lançado por um homem, o Lavrador de todos os campos que se podem ver. Ele queixa-se das más colheitas que tem tido nos últimos anos e que nós somos os responsáveis e pumba!

- Pumba? Não percebo!

- Lançou-nos um feitiço, respondeu-me.

            - Mas que feitiço é esse afinal? Perguntei.

            - Tu não vês? Achas normal os esquilos viverem como humanos, em casas, vestidos e calçados, a comerem em pratos e … por favor! Disse o esquilo com cara de irritado. E continuou, - O feitiço obriga-nos a viver assim, mas nós não queremos, não gostamos, não somos humanos, somos simples esquilos e por isso queremos viver como esquilos.

Percebi agora o motivo da grande preocupação do pequeno esquilo, mas ainda não sabia como poderia ajudar. Mas antes de perguntar, continuou a falar, quase nem respirava…

            - Tu conheces todas as plantas do campo e de certeza conheces a planta mágica capaz de inverter o feitiço.

Olhei para o alto de uma colina onde existia uma árvore muito especial que dava uma folha dourada e um fruto do tamanho de uma ervilha, redonda como uma ervilha mas não era uma ervilha. Era vermelha e sabia a doce de morango.

A árvore estava invertida, com a raiz voltada para o céu escondida nas nuvens e as folhas voltadas para o chão. Deve ser isto, só pode ser isto, pensei e de repente senti que era capaz de ajudar.

            Afinal, eu não tinha nenhum poder especial, apenas tinha altura suficiente para chegar ao fruto vermelho.

Mas antes de o fazer e para que isto não voltasse a acontecer tinha uma coisa a fazer: pedi ao esquilo que reunisse todos os esquilos junto da árvore que se encontra no cimo da colina.

Foi então que ele tira do bolso um pequeno objecto. Levanta-o e começa a balançar a pequena pata que segura o objecto estranho. Começo a ouvir um som muito alto como um sino de uma igreja a fazer “dlim dlão…dlim dlão”.

Neste momento já nada era estranho, apenas era engraçado.

Em poucos segundos todos os esquilos estavam à minha volta debaixo da árvore invertida. Chegou a hora de falar:

            - A partir deste momento terão de ser mais cuidadosos e têm de me prometer que deixam as culturas do agricultor em paz e que procuram alimento noutros lugares, caso contrário ele pode lançar outro feitiço, ainda mais forte e depois não vou poder ajudar. Os esquilos param um momento para pensar mas, como estavam tão fartos de viver como humanos acabam por aceitar.

Retirei os frutos e dei-os aos esquilos. Todos receberam o seu fruto. Apenas sobrou um que guardei no bolso. Mais uma vez algo de estranho aconteceu. Depois de comerem davam um soluço e as roupas e o calçado desapareciam. Eram esquilos normais outra vez.

Contentes rodearam-me e saltaram para cima de mim. Estavam tão contentes e todos queriam agradecer que fui parar ao chão com tantos beijos de alegria. Foi então que um esquilo se aproximou da minha boca. Trazia o último fruto que tinha caído do meu bolso e ficou de patas esticadas à espera que eu comesse o fruto. Aceitei e comi.

Com os esquilos à volta dela Teresinha vai acordando cheia de cócegas. Ao abrir os olhos repara nas suas ovelhas que a acordam. Era tarde e elas queriam regressar ao curral.

Afinal tudo teria sido um sonho, a não ser que lhe deu vontade de soluçar e na boca ficou um sabor a doce de morango.
 
 
Inês Gonçalves  6ºA


Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”(Ed. Caminho)
 

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