Todos os dias bem cedinho, fizesse chuva ou
sol, saía com o seu rebanho de ovelhas em direção aos campos de erva verdinha.
Numa
tarde de muito calor Teresinha encostou- se à maior árvore que existia no campo
enquanto as suas ovelhas pastavam.
De
repente e sem contar Teresinha adormeceu e entrou num sono profundo.
E a
aventura da Teresinha começa aqui:
Estava
uma tarde de imenso calor. Encostada à árvore começo a ouvir alguém a chamar
por mim.
Olhei
para um lado e para o outro mas não vejo ninguém.
Nem queria acreditar quando, de repente os
meus olhos vêem um animal; era um ser pequenino parecido com um esquilo, mas
diferente. Este animal tinha óculos, um casaco e estava sempre a olhar para mim
e para um mapa que trazia.
Repetia
vezes sem fim:
-Teresinha
despacha-te, acorda pois todos os esquilos do campo precisam da tua ajuda.
Mas uma
vez fiquei espantada. Ele fala!
-Mas
afinal quem és tu? Como sabes o meu nome?
-Deixa-te
de perguntas, mais logo perceberás. Anda daí!
Levantei-me
assustada, mas ao mesmo tempo curiosa por saber o que mais iria acontecer e
para onde me queria levar.
Corremos
pelo campo fora até que paramos junto a uma parede mágica, que se pode
atravessar e que serve de porta de entrada para uma pequena cidade onde viviam
esquilos.
Mas o
mais estranho foi ver como se comportavam; usavam roupas, calçado e até viviam
e comiam em casas como se fossem humanos!
Depois
de ver tudo isto fiquei mais intrigada.
- Mas afinal o que é que eu faço
aqui? O que querem de mim e em que vos posso ajudar?
Estava
em tal estado que o pequenito esquilo resolveu parar por um momento e passou a
explicar porque razão me foi chamar.
- Todos os esquilos foram vítimas de
um poderoso feitiço lançado por um homem, o Lavrador de todos os campos que se
podem ver. Ele queixa-se das más colheitas que tem tido nos últimos anos e que
nós somos os responsáveis e pumba!
- Pumba? Não percebo!
- Lançou-nos um feitiço, respondeu-me.
- Mas que feitiço é esse afinal?
Perguntei.
- Tu não vês? Achas normal os
esquilos viverem como humanos, em casas, vestidos e calçados, a comerem em
pratos e … por favor! Disse o esquilo com cara de irritado. E continuou, - O
feitiço obriga-nos a viver assim, mas nós não queremos, não gostamos, não somos
humanos, somos simples esquilos e por isso queremos viver como esquilos.
Percebi
agora o motivo da grande preocupação do pequeno esquilo, mas ainda não sabia
como poderia ajudar. Mas antes de perguntar, continuou a falar, quase nem
respirava…
- Tu conheces todas as plantas do
campo e de certeza conheces a planta mágica capaz de inverter o feitiço.
Olhei
para o alto de uma colina onde existia uma árvore muito especial que dava uma
folha dourada e um fruto do tamanho de uma ervilha, redonda como uma ervilha
mas não era uma ervilha. Era vermelha e sabia a doce de morango.
A árvore
estava invertida, com a raiz voltada para o céu escondida nas nuvens e as
folhas voltadas para o chão. Deve ser isto, só pode ser isto, pensei e de
repente senti que era capaz de ajudar.
Afinal, eu não tinha nenhum poder
especial, apenas tinha altura suficiente para chegar ao fruto vermelho.
Mas antes de o fazer e para que isto não voltasse a
acontecer tinha uma coisa a fazer: pedi ao esquilo que reunisse todos os
esquilos junto da árvore que se encontra no cimo da colina.
Foi então que ele tira do bolso um pequeno objecto.
Levanta-o e começa a balançar a pequena pata que segura o objecto estranho.
Começo a ouvir um som muito alto como um sino de uma igreja a fazer “dlim
dlão…dlim dlão”.
Neste momento já nada era estranho, apenas era
engraçado.
Em poucos segundos todos os esquilos estavam à
minha volta debaixo da árvore invertida. Chegou a hora de falar:
- A partir deste momento terão de
ser mais cuidadosos e têm de me prometer que deixam as culturas do agricultor
em paz e que procuram alimento noutros lugares, caso contrário ele pode lançar
outro feitiço, ainda mais forte e depois não vou poder ajudar. Os esquilos
param um momento para pensar mas, como estavam tão fartos de viver como humanos
acabam por aceitar.
Retirei os frutos e dei-os aos esquilos. Todos
receberam o seu fruto. Apenas sobrou um que guardei no bolso. Mais uma vez algo
de estranho aconteceu. Depois de comerem davam um soluço e as roupas e o
calçado desapareciam. Eram esquilos normais outra vez.
Contentes rodearam-me e saltaram para cima de mim.
Estavam tão contentes e todos queriam agradecer que fui parar ao chão com
tantos beijos de alegria. Foi então que um esquilo se aproximou da minha boca.
Trazia o último fruto que tinha caído do meu bolso e ficou de patas esticadas à
espera que eu comesse o fruto. Aceitei e comi.
Com os esquilos à volta dela Teresinha vai
acordando cheia de cócegas. Ao abrir os olhos repara nas suas ovelhas que a
acordam. Era tarde e elas queriam regressar ao curral.
Afinal tudo teria sido um sonho, a não ser que lhe
deu vontade de soluçar e na boca ficou um sabor a doce de morango.
Inês Gonçalves 6ºA
Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”(Ed. Caminho)
Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”(Ed. Caminho)
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