Mas, com a crise, o
negócio dele começou a baixar (quem é que gosta de dar um sorriso quando se
está em crise?) e então o Matias pensou seriamente em fechar a sua banca, só
não a fechou por um cliente habitual que ele lá tinha que, de tantas vezes que
o cliente tinha ido lá comprar aventuras o Matias e ele tinham-se tornado bons amigos
já há bastante tempo.
O Matias criava
aventuras no quintal da sua casa, as aventuras floresciam depressa, passadas
três horas de as plantar e de as regar, elas davam fruto. Ele nunca se deve ter
apercebido, mas as aventuras floresciam rápido com ele, porque era uma boa
pessoa.
Certo dia, o Matias ia
a colher as aventuras quando... uma delas não queria soltar-se da terra.
O Matias tentou de tudo
para tirar de lá a aventura, desde uma pá até um chocolate (só para saberem, as
aventuras são muito gulosas, por isso é que o Matias usou um chocolate numa
tentativa fracassada de tirar a aventura da terra), mas nada disso conseguiu
tirar a aventura do sítio onde ela estava decidida a ficar.
Matias não estava a
entender porque é que a aventura não queria sair do sítio. Então, com toda a
sua força, tentou arrancar a aventura da terra com as suas próprias mãos. A
verdade, é que a aventura se soltou da terra, mas foi pelos ares com o Matias
que, cheio de medo de cair daquela altura, foi abraçado à aventura.
Foi uma aterragem um
pouco atribulada, mas o que importa é que estavam os dois bem. No meio daquele
susto todo, o Matias acabou por desmaiar, voltou a si quando ouviu uma voz
muito aguda a perguntar:
-Tu estás bem?
Matias, ainda sem
conseguir ver muito bem, respondeu àquela voz:
-Sim estou, obrigado
por perguntares!
-Felizmente! Pensei que
te tinha acontecido alguma coisa!!!
Matias, quando
finalmente conseguiu ver o que o rodeava, achou estranho não ver ali nenhuma
pessoa à sua volta, só estava ele e a sua aventura.
Devido a isto, Matias
perguntou:
-Quem falou?
-Sou eu! A tua
aventura!
Matias não queria
acreditar no que ouvira, de modo que, esfregou os olhos e ouvidos para ver se
tinha entendido bem. Quando se apercebeu que tinha entendido bem disse:
-Mas, mas… Como é que é
possível?!
A aventura contou ao
Matias que, no sítio onde eles estavam, todas as aventuras eram capazes de
falar.
Ele ficou espantado,
mas ao mesmo tempo feliz, porque assim podia descobrir porque é que a aventura
não queria sair do sítio onde anteriormente se encontrava.
A aventura explicou-lhe
que não queria sair do quintal dele, porque tinha medo de ser entregue a uma
pessoa que a tratasse mal.
Matias disse à aventura
que não era preciso ter medo porque, qualquer pessoa a quem ela fosse entregue,
a trataria bem, mas mesmo assim, a aventura não ficou lá muito convencida, de
modo que, ele disse que a entregaria ao cliente em quem ele mais confiava.
Voltaram para casa da
mesma maneira que tinham ido para lá, Matias puxou a aventura e zás! Foram a
voar direitinhos para casa.
No dia seguinte
apareceu o cliente habitual de Matias. Matias nem precisou de lhe pedir nada,
ele escolheu logo a aventura com que, no dia anterior, Matias tivera uma
aventura.
Matias, antes de
entregar a aventura ao seu cliente, disse para ela:
-Não te preocupes! Este
é o cliente em quem eu tenho mais confiança!
O cliente levou a
aventura para casa. Matias ficou triste por ver partir a aventura, mas logo a
seguir pôs um sorriso na cara, porque sabia que com o seu amigo a aventura se
sentiria feliz.
Tiago Moreira 6ºA
Participação no Concurso Literário “ Uma aventura literária…2014”
(Ed. Caminho)
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