quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Quantas derrotas exige uma vitória?


Meu amor eterno,


            Porquê? Porque é que desapareceste e me deixaste na escuridão do Sofrimento? Qual a razão?

            Como gostaria de sentir o teu corpo contra o meu, ligados pela mesma energia. Como gostaria de te levar comigo ao horizonte belo, ao infinito. Como gostaria de penetrar na tua alma. Como gostaria de te fascinar. Como gostaria de entrar em ti e lá dizer-te quão fulgente é o meu amor.

            Ainda me lembro de todos os caminhos que percorri para te sentir, para saber quem eras na realidade. O suor que todas as corridas por ti, provocaram e expeliram do meu magro corpo. O tempo que atravessou rapidamente as ruas, o céu, o solo. A vontade que me proporcionaste de arriscar toda a minha vida por um olhar teu. O sonho que brilhava na minha mente de te ter comigo.    E agora morreste. Sem sequer me teres conhecido. Sem teres conhecido o admirador secreto que poisava bilhetes em frente da tua casa, sem nunca revelar que te amava. Morreste assim do meu mundo, tornando-se este tão vazio.

            Para trás, para o lugar onde os teus passos continham toda a beleza existente na imensidão da Terra, deixaste-nos apenas as recordações do teu ser, da felicidade contagiante que produzias, do teu acalentar tão seguro, tão puro. O olhar azul e cristalino.

            E a esperança de vitória terminou. Aí. Desapareceste. Acabou. Nada mais poderá ser igual ao de outrora. Jamais algum dia me oferecerá a mesma força e energia de quando te observava a sair de casa. Jamais o meu sorriso se abrirá tanto como dantes, por sentir o toque de saída das aulas e te mirar, enquanto a tua visão, apenas te permitia ver além do meu ser. Jamais a erva do parque me dará aquele conforto imenso por te ver desenhada nas nuvens brancas e límpidas.

            De súbito, uma fresta pequena de luz aparece. O que será? Decido correr até ela e rasgá-la com toda a força que a Esperança iluminou em mim E acordo. Afinal, fora apenas um sonho. Um pesadelo!

            Quantas derrotas exigirá uma vitória? Talvez tantas quanto as vezes que eu te vejo e não ganho coragem para contar que te amo. E desejo vencer... Antes que se torne, na realidade, tarde de mais para escrever a minha história contigo.



 
Ricardo Guerra 6ºB

Campeonato Nacional de Escrita Criativa
 

                                                                                                       
 

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