terça-feira, 4 de março de 2014

Consistente

Olho para ti e apercebo-me de tudo. Ou de quase tudo.

Mas, apesar de saber que escuso de me aproximar para mudar esse destino tão cruel e tão só,

continuo a fazê-lo. Porque entendo que mereces. Porque sei que a verdade não escapa do teu olhar e

é por ele que melhor te conheço.

Posso até afirmar que tenho a honra (sim porque é uma honra!) de te ver como alguém

validada neste mundo que faz de tudo para nos mudar a vida, entortando-nos planos, roubando-nos

o amor aos poucos de dentro desse coração tão quente que se torna tão frio num singelo e diferente

tiquetaque, nesse vai e vem tão doloroso e tão forte que nos enfraquece tão lentamente.

Pois, para qualquer outro, és como um ser não vivo, inexistente, inconsistente, como um

refém do tempo aprisionado pelos seus cúmplices ponteiros...

E não é esse ganancioso tempo que te obriga (nem há-de obrigar) a fingir que és

eternamente tranquila, esquecendo que essa missão tão urgente é realizável, não um sonho sem

destino, sem vida, morto sem qualquer dó nem piedade pelas tristezas que cobrem a luz

incandescente e incansável das alegrias que a vida traz.

Porque ela é concretizável.

Porque é urgente, tal como a existência de oxigénio para respirar, encontrar aquele alguém.

Aquele alguém que muda o seu mundo por ti sem remorsos, sem desculpas, assumindo a tua parte

fundamental no seu coração. Aquele que te ama verdadeiramente e conhece todas as estratégias

possíveis e impossíveis, imagináveis e inimagináveis para que a tua mente ganhe a coragem que

poucos sabem como possuir de despir sem preocupação, vergonha, ou qualquer arrependimento.

aquela tão comprida e tão negra batina de nome Maldade.

E eu apenas te digo, sem quaisquer fingimentos, a verdade: há algo que me chama a ti e que

sabe que é contigo que quero estar, conviver, falar, rir e partilhar. Há algo que me liga com correntes

de ferro bem sólido ao teu duro sofrimento, e que, simplesmente, me leva a sentir de ti, aquilo que,

nunca acabei por sentir por ninguém: compaixão pura. Tão pura como a pureza que sinto no teu

coração e que sei que este a possui. Essa tão bela beldade em forma do maior dos sentimentos: de

equilíbrio entre o bem e o mal, entre a vida ou a morte. Esse tão grande poder das decisões da vida.

Esse talento, escondido do mundo.

E eu apenas quero ser a chave que abre esse delicado poder escondido.

E o que eu mais espero (e não desespero por esperar) é que finalmente compreendas...


Ricardo Guerra 6°B

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